1. |
Esqueço-me de tudo
02:38
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Esqueço-me de tudo
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2. |
Lápide
05:34
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As rochas do mar estão aprisionadas numa lápide de vidro E o fumo viaja num cálice plastificado
cuja sua origem é tão remota
como o canto de uma sereia,
morre,
perde o seu marinheiro.
O mármore ajuda os mortos a descansar.
A luz vem de baixo
sendo impossível perceber onde se encontra o corpo.
Uma viagem interdita nos levou para o manicómio. Uma viagem infinita me levou para um chão
De cimento, com mesas e cadeiras presas,
Expectantes por algo novo.
O barulho constante de uma máquina
a tentar estabilizar o tempo.
O barulho fixou-se em um só passo.
As casas cintilantes
De estruturas humildes
São invadidas pela matéria
Que insiste em subir.
Já não há terra para subsistir.
Como se a sede das folhas desaparecesse alguma vez e fosse coexistir com o sofrimento
Que está tão perto de vir.
Mas os galos continuam a cantar,
esqueço que estou na cidade.
O último lubrificante do corpo
é despejado em um só cuspo.
A última tentativa de estabilidade é não pisar o chão que
é lúgubre,
É-me lúgubre.
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3. |
O outro
08:04
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Era além do maior astro.
Era além da maior vontade.
Era além do maior astro
a história do eterno amor
que um só tubo alimentava de sangue.
Era uma vez um homem no astro
que olhava outro e imaginara ser o próprio.
Era uma vez um homem no astro
que olhava outro.
O outro olhava-o vazio... O outro.
O outro.
U
T
R
O .
Era além do maior astro
O paraíso.
Era uma vez um homem no astro que olhava
outro
com raiva.
O outro
negava qualquer imagem.
Era além do maior astro o paraíso
outro.
Era além do maior astro o outro.
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4. |
Vem
05:59
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Vem!
Tens aqui isto! Consome o que quiseres.
Aproveita! Estás à vontade,
há muito mais, tenho muito mais.
Toma! Suga tudo, mais há-de vir.
Não há preocupação, não precisas de olhar para trás, não,
Não enquanto aqui estiver.
Vem! Aproxima-te! Tenho tantas coisas que quero dizer Sou moralista digo: Não faças isso!
Sou activista digo: Não faças isso!
Sou fascista digo: Não faças isso!
Sou feminista digo: Não faças isso!
As feridas abrem-se
vermelhas e infectadas.
Crisálidas abrem-se
vermelhas, infectadas.
Estilizam o corpo como se não passasse de uma forma de que estão fartas - tantas tentativas comuns.
Doidos berram: "Não façam barulho!"
Eles estão lá em baixo
(e o chão fica-lhes pelos tornozelos)
Vem! Aproxima-te! Olha para cima Vês a carne rodeada de arame
com pesos amarrados ao céu.
Fica preta, está esganada,
Até rasgar!
E a criança
observa através da janela
e gesticula adeus.
Não tinha nada para descobrir Nem poder para poder existir.
As feridas abrem-se
vermelhas, infectadas.
Crisálidas abrem-se
com a frágil sensação de conquista.
Aproveita! Há muito mais, tenho muito mais.
As setas que indicam a gratidão
ficam aquém e esperam satisfação. Ouvem-se palavras sem solução!
Morte ao artista que está aí dentro!
Limpem as feridas
e bebam a água da fonte envenenada.
Serão julgados!
Sou moralista digo: Não faças isso! Sou activista digo: Não faças isso! Sou fascista digo: Não faças isso! Sou feminista digo: Não faças isso!
Vem! Tens aqui isto, consome o que quiseres. Aproveita! Estás à vontade.
Este peito já não é meu.
E agora, nenhum moinho trabalha,
o grão tem de ser comido inteiro!
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5. |
Eu
02:24
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Eu
não mais alguém.
Eu
em busca de ninguém.
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